sábado, 16 de fevereiro de 2008

"Água de beber"

Letícia, Geraldo, João, Cyro, bispos, padres e santos, entre todos os outros que não me lembro ou não tiveram oportunidade de estarem lá, na última quinta-feira pessoas importantes se reuniram para debater sobre o futuro do rio São Francisco, depois eu aqui pensando, nunca imaginei que aquele rio, bonito, porém sempre esquecido seria pauta do senado brasileiro, no meu peito bate um coração alagoano, mas com raízes paraibanas e cearences, talvez minha posição seja covarde por cauda disto, realmente não gostaria que o rio fosse transposto sem sua revitalização, temo nunca mais o ver no fim das dunas de piaçabuçu, mas se revitalizado for, não sei definitivamente o que pensar, como disse Letícia Sabatela, vamos perguntar aos povos ribeirinhos, aos povos indígenas, a natureza, o que será desse rio? qual o real quadro de sua saúde? Como também paraibana e cearence, sinto que será um alívio para quem já não tem mais alternativa, ter um conforto de ter "água de beber" em sua casa, o açúde de Orós não sangra a quase quatro anos, provavelmente não sangrará esse ano, o açúde castanhão que foi construido com o intuito de ajudar o Orós e aliviar a população de cima não tem suprido seu povo, o rio Apodi cada vez mais está ficando escaço de água, Caicó, Pau dos Ferros, precisam dele, estou na dúvida e cada vez mais sinto-me covarde, sinto-me traindo a tão linda Alagoas, mas sei que também têm outros a precisar, por isto tão grande conflito em mim, mas sei de que nada adiantaria tamanha preocupação, além dos cofres públicos serem saqueados em obras faraônicas como esta, não consigo prever o que aconteceria com essas outras pessoas que precisam da "água de beber", mas não adiantaria nada minha indignação ou mesmo meu protesto neste país tão "democrático", gostaria muito de polpar-me emocionalmente sobre isto, não aguento a possibilidade de ninguém estar realmente preocupado com isso e com a população que não será favorecida com esta obra, ouvi um professor da UFRJ de getão ambiental tecendo tal comentário, " no RJ acontecem transposições de cidades próximas pra a cidade do RJ, em SP da mesma forma, não sei porque a transposição do São Francisco está gerando tanto tumulto", caro professor federal, a diferença é que estamos falando de áres proporcionalmente maiores, o rio tem seus rios mães em outra região do país, que não o nordeste, e querem transpô-lo para quase todo o nordeste, maior região do Brasil, não se trata de uma transposição dentro do estado, isto envolve milhões de reais dos brasileiros e não dos cariocas ou paulistas, ainda se não bastasse vocês estão falando do nordeste lugar este extremamente cativado e sofrido, não se meche num lugar desse sem as pessoas fazerem barulho, sei que nada disso fará qualquer tipo de resultado, escrevendo aqui em meu caderno, no laboratório de antomia de uma faculdade, sei que a natureza vinga-se dos homens, a isto eu temo e sei também que ela aqui no nordeste não se vingará dos homens de Brasília e sim da população ribeirinha, curiosamente as duas únicas mulheres que no debate estavam eram contra o projeto, eu sei elas entendem a mãe natureza, mas acredito eu que não só as mulheres entendem o tamanho de risco dessas obras, mas todas as pessoas com qualquer sensibilidade, não sei se isto é alguma posição política ou realmente o São Francisco, mas acredito que as duas, não consigo mesmo me deter a uma só delas, não pensem os senhores governantesque nós, povo brasileiro, estamos felizes com suas atuações, menssalões, escandalo de cueca, cartões incorporativos tão mal usados, apartamento reformado com verbas públicas, que tamanha ganância é essa excelêntíssimos políticos? Tenho em minha mente dois tipos de brasileiros, os políticos e os não políticos, são esses, as pessoas do segundo grupo que luta por qualquer tipo de atenção, esta, vinda apenas de dois em dois anos no mês de outubro, que coisa feia caros poderosos, me entristece ver esta população escanteada de seu próprio país, a educação, a saúde e qualquer outro tipo de direito nos têm sido negado, apenas um novo direito eles nos têm dado, O DIREITO DE SERMOS PALHAÇO!