sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Dia branco



Fiz um castelinho de areia pra ver se você lembra de como é bom sentar e pensar em ti, se um dia você quiser vem morar no meu castelinho e me ajuda a transformá-lo num lugar de flores, num jardim, pode ser perto do mar, vem e me ajuda a trasformá-lo em algo forte, algo que o mar não me dê e não me tire, no meu castelinho, prometo, felicidade terá!

terça-feira, 10 de julho de 2007

Festa no sertão

A lua grande no alto da montanha, enfocou com uma máquina fotográfica e saíram ainda na foto, além da lua, as fitas dependuradas no telhado do alpendre, fitas coloridas, fitas que estranhamente fez parecer a lua e a montanha mais bonitas. Ainda era cedo e o céu ainda era azul, ainda por isso tamanha beleza, a situação vista era diferente, por isso tamanha admiração, era noite de festa no interior, a água do açude estava lá, bem calma, as fogueiras já tinham começado a serem acesas, as crianças do interior estavam fascinadas pelo acontecimento, as que não eram do interior também, quem podia comprava foguinhos de artifícios, quem não podia via os outros soltarem os seus. Tinha milho, canjica, pamonha, tinha sorrisos, tinha emoção, tinha balão, tinha quadrilha, quem quisesse entrava na fila e ia dançar, tinha forró, em fim tinha alegria no sertão, se como S. Pedro, S. João e S. Antônio tivessem combinado de dar fartura, chuva e sol, tudo na medida certa, a festa foi completa.

sexta-feira, 22 de junho de 2007

FUTURO

Seremos neve e sol,
e a placenta irá cuspir a lua, os asteróides virão, a chuva coroará a vida e as folhas voarão.

segunda-feira, 18 de junho de 2007

Coqueiro ( à J.C.)




Minhas mãos tocaram a areia e assim se fez, o sol brilhou com mais intensidade e meu coração não confundiu mais os sentimentos, as nuvens ficaram mais brancas e o céu mais azul, que estranho tudo assim tão de repente.
E aí eu pensei, quando julho chegar a gente vai se encontrar e mesmo que você não goste da chuva, ela vai pingar e mesmo estando frio nós vamos tomar sorvete com cauda quente e vamos conversar sobre o semestre e os sentimentos.

domingo, 17 de junho de 2007

Botas (à , um piscar)

O tempo escorreu-lhe, às vezes parava e pensava “o que a lua veio fazer aqui? a não ser coroar a noite e dizer-me que o dia acabou e já é hora de dormir?”
Esperou sentado no meio-fio de uma rua qualquer, que nem se quer sabia o nome, sentia uma imensa vontade de andar pelo inteiro-fio, mas isso não foi destinado a ele, os carros passavam numa velocidade imensa, sua mochila branca, já preta, fez um contra peso com a gravidade querendo jogar-lhe para trás, algum gato preto por ali, lhe mostrando o bom de viver.
Dois pássaros negros a se paquerar um em cima de cada poste próprio.
No outro lado da rua as ondas batiam e algumas crianças brincavam na areia, de certa forma via uma cadeira com um senhor quase careca e com os poucos cabelos restantes na cor branca.
Chegou a casa e não lembrou-se de onde a chave poderia estar, então sentou-se no corredor e jogou tudo que poderia estar dentro da bolsa ao chão, lhe aparece aquele chaveiro de metal e algumas poucas chaves penduradas nele, para qualquer raiva que veio a ser despertada nele, a porta já estava aberta, enquanto sentado no chão escutou no andar de cima algumas pessoas brindando, uma felicidade.
Ligou o som, e uma música calma, lembrou-se de qualquer coisa principalmente de um jardim, depois do banho uma vontade de tomar banho, talvez tudo o que viu na rua não escorreu com a espuma do primeiro banho e assim ele voltou ao banho e a música continuava, comeu alguma pizza que ali estava congelada e tomou uma cerveja, comeu um chocolate e dormiu.
No outro dia recebeu umas flores.
Elas enfeitaram a sala dentro de uma bota que estava em cima do centro, entre a TV (que nunca era ligada) e o sofá. Não tinha se quer um cartão, e ele pensou, tão só como poderia ter recebido tais flores? O sono ainda era vivo e tornou a dormir. Ao acordar, não conseguia parar de pensar quem poderia ter-lhe enviado aquelas flores bonitas, amarelas e cheirosas...
Depois de uns dias, voltando do trabalho, parou o carro para comprar pão e viu o mesmo gato preto de coleira (com brilhantes) e uma linda dona.
Ao chegar a casa tinha mais flores, só que dessa vez elas eram rosas brancas e um único cravo no meio, um certo cartão que dizia “E se assim for era eu guiando o teu caminho e guardando tua sombra!”.

sábado, 16 de junho de 2007

Liberdade prisioneira


E se toda aquela inspiração te falta, mas você sabe que em algum momento ela foi real e presente em sua vida, então você se olha e percebe que nossos pensamentos não são constantes e nem fiéis, talvez fosse tudo um truque, um grande truque da minha imaginação, que anda sentida em não está sendo bem utilizada nos últimos meses, que anda ocupada em decorar e não se sente livre para voar.
Eu me pergunto como fui capaz de deixar que toda essa sujeira de coisas pré-fabricadas entrasse em minha cabeça e tomasse conta do meu ser dessa forma, as coisas não são assim e se assim forem eu não quero ser, não foi o que eu quis.
Ando tendo medo dessa liberdade, nela vejo o quão somos prisioneiros dos nossos amores, das pessoas que sabemos que amamos de forma que dói sermos tão livres.
Queria a liberdade pra poder imaginar e fui encontrá-la com sede e de repente a tive e perdi a imaginação, grande mágica do meu coração e do meu cérebro, porque fazem isso com um ser que anda perdido?
Sei que não mereço muito, porque o muito apesar de sê-lo não me completaria, eu só preciso do pouco necessário e justo, mas pensamento e sentimentos me interrogam por que não a imaginação? Quero ser aprisionada como as crianças que mesmo assim conseguem voar que voem pra perto, mas foi o máximo que a espécie humana conseguiu voar.
Então com todas as minhas angústias descubro que a saudade, talvez seja a maior causadora disso tudo e que seja, é uma prova de que estou aprendendo a amar.