sexta-feira, 22 de junho de 2007

FUTURO

Seremos neve e sol,
e a placenta irá cuspir a lua, os asteróides virão, a chuva coroará a vida e as folhas voarão.

segunda-feira, 18 de junho de 2007

Coqueiro ( à J.C.)




Minhas mãos tocaram a areia e assim se fez, o sol brilhou com mais intensidade e meu coração não confundiu mais os sentimentos, as nuvens ficaram mais brancas e o céu mais azul, que estranho tudo assim tão de repente.
E aí eu pensei, quando julho chegar a gente vai se encontrar e mesmo que você não goste da chuva, ela vai pingar e mesmo estando frio nós vamos tomar sorvete com cauda quente e vamos conversar sobre o semestre e os sentimentos.

domingo, 17 de junho de 2007

Botas (à , um piscar)

O tempo escorreu-lhe, às vezes parava e pensava “o que a lua veio fazer aqui? a não ser coroar a noite e dizer-me que o dia acabou e já é hora de dormir?”
Esperou sentado no meio-fio de uma rua qualquer, que nem se quer sabia o nome, sentia uma imensa vontade de andar pelo inteiro-fio, mas isso não foi destinado a ele, os carros passavam numa velocidade imensa, sua mochila branca, já preta, fez um contra peso com a gravidade querendo jogar-lhe para trás, algum gato preto por ali, lhe mostrando o bom de viver.
Dois pássaros negros a se paquerar um em cima de cada poste próprio.
No outro lado da rua as ondas batiam e algumas crianças brincavam na areia, de certa forma via uma cadeira com um senhor quase careca e com os poucos cabelos restantes na cor branca.
Chegou a casa e não lembrou-se de onde a chave poderia estar, então sentou-se no corredor e jogou tudo que poderia estar dentro da bolsa ao chão, lhe aparece aquele chaveiro de metal e algumas poucas chaves penduradas nele, para qualquer raiva que veio a ser despertada nele, a porta já estava aberta, enquanto sentado no chão escutou no andar de cima algumas pessoas brindando, uma felicidade.
Ligou o som, e uma música calma, lembrou-se de qualquer coisa principalmente de um jardim, depois do banho uma vontade de tomar banho, talvez tudo o que viu na rua não escorreu com a espuma do primeiro banho e assim ele voltou ao banho e a música continuava, comeu alguma pizza que ali estava congelada e tomou uma cerveja, comeu um chocolate e dormiu.
No outro dia recebeu umas flores.
Elas enfeitaram a sala dentro de uma bota que estava em cima do centro, entre a TV (que nunca era ligada) e o sofá. Não tinha se quer um cartão, e ele pensou, tão só como poderia ter recebido tais flores? O sono ainda era vivo e tornou a dormir. Ao acordar, não conseguia parar de pensar quem poderia ter-lhe enviado aquelas flores bonitas, amarelas e cheirosas...
Depois de uns dias, voltando do trabalho, parou o carro para comprar pão e viu o mesmo gato preto de coleira (com brilhantes) e uma linda dona.
Ao chegar a casa tinha mais flores, só que dessa vez elas eram rosas brancas e um único cravo no meio, um certo cartão que dizia “E se assim for era eu guiando o teu caminho e guardando tua sombra!”.

sábado, 16 de junho de 2007

Liberdade prisioneira


E se toda aquela inspiração te falta, mas você sabe que em algum momento ela foi real e presente em sua vida, então você se olha e percebe que nossos pensamentos não são constantes e nem fiéis, talvez fosse tudo um truque, um grande truque da minha imaginação, que anda sentida em não está sendo bem utilizada nos últimos meses, que anda ocupada em decorar e não se sente livre para voar.
Eu me pergunto como fui capaz de deixar que toda essa sujeira de coisas pré-fabricadas entrasse em minha cabeça e tomasse conta do meu ser dessa forma, as coisas não são assim e se assim forem eu não quero ser, não foi o que eu quis.
Ando tendo medo dessa liberdade, nela vejo o quão somos prisioneiros dos nossos amores, das pessoas que sabemos que amamos de forma que dói sermos tão livres.
Queria a liberdade pra poder imaginar e fui encontrá-la com sede e de repente a tive e perdi a imaginação, grande mágica do meu coração e do meu cérebro, porque fazem isso com um ser que anda perdido?
Sei que não mereço muito, porque o muito apesar de sê-lo não me completaria, eu só preciso do pouco necessário e justo, mas pensamento e sentimentos me interrogam por que não a imaginação? Quero ser aprisionada como as crianças que mesmo assim conseguem voar que voem pra perto, mas foi o máximo que a espécie humana conseguiu voar.
Então com todas as minhas angústias descubro que a saudade, talvez seja a maior causadora disso tudo e que seja, é uma prova de que estou aprendendo a amar.