quarta-feira, 23 de julho de 2008

Férias

Sentada no mesmo lugar em que muitas vezes deitada, nos últimos dias, tenho pensado, sonhado, idealizado, agora tento vomitar por palavras o que tenho sentido, não acredito em magias, tento algumas vezes escrever, nem sempre gosto do escrito, ás vezes me dói profundamente o que leio, acredito na família, não no príncipe encantado, mas em alguém que seja um pai legal, um marido bom e um profissional preocupado com o que faz (talvez isso seja uma ideal mágico, das histórias infantis), toda às vezes que volto aqui reencontro amigos e sinto-me embriagada de tantas coisas para aprender, conviver com pessoas inteligentes acredito que seja o mais gratificante, passo muito tempo cercada de almas pequenas, talvez isso me "emburreça" um pouco, sempre luto contra isso, mas precisamente no último momento consegui velozmente me distanciar de tamanha falta de informação, ficar mais dócil e sentir-me apaixonada, me sinto realmente ocupada com a repetição das informações na mídia, nos jornais televisionados, de papel e as revistas semanais, tenho analisado o desperdício de atenção que esses meios dão aos fatos, acontecimentos e coisas não importantes.
Me ocupo com o avanço da música no mundo, me pergunto porquê esse BUM da indústria musical, como invenções de Ipod, MP4,MP3, celulares especializados para música, o que me incomoda é a qualidade da música que tem se propagado, o que me deixa feliz é a mídia aberta, em todos os sentidos, sem nenhum interesse de gravadoras cruéis ou de empresários ou ainda dos artistas nas vendas de discos e sim o interesse por fazer uma música boa, divulgá-la e ter um show lotado!
Me ocupo ainda com o buraco na camada de ozônio, li numa revista dessas semanais de ideal político de direita, "jornalística", como se auto denomina (repare o motivo de jornalística estar entre aspas), classificada assim por ser informativa, tal como o jornal, que atriz tal, tomava sol antigamente, mas tem hoje ainda uma pele perfeita. Algo que me consome uma culpa imensa ficar exposta ao sol mesmo com protetor solar, penso o mal tamanho que isso me faz, penso também na geração dos meus pais, a qual íam à praia todos os dias do ano, as mulheres, muito mais que os homens usavam todos os tipos de loção para bronzear (inclusive as caseiras, as piores) e ficavam estateladas ao sol todos os dias, aí logo chego a conclusão tenho um bônus, por mal ir a praia ou ao sol e quando vou uso filtro solar, porém hoje não podemos mesmo nos expor ao sol dessa forma, imagine a proporção de buracos na câmada de ozônio antigamente e compare com hoje, traria consequências terrívei agir como antes, mas o que mais implica nisso é não fazer nada à respeito do aquecimento global, da falta de reutilização de embalagens, da falta de reciclagem e da acomodação, falta consciência ecológica.
Me ocupo ainda com os 40 anos de 68, com a repressão, com os golpes militares, com a tropicália, com o que restou e ocupou o lugar órfão deixado por GIL e CAETANO quando exilados (mutantes talvez), com a revolução feminina no Brasil, com a bossa NOVA, com todo o movimento e aumento de temperatura e cultura no país e o que todo esse momento nos presenteou com saudade e herança.]
Tenho tido muitas ocupações e o que esse ambiente e esfera me remete é saudade e me provoca uma falta de não estar mais aqui onde estou e que de quando ainda estava não ter aproveitado bem, a intelectualidade e tamanho afeto que aqui encontro, por isso hoje, muito criticada por acreditar na família, instituição falida, assim por se dizer, é desse seio familiar que mamo meu quase que total conhecimento influênciada por todas as peças do quebra-cabeça final, tão único, complicado e jamais falido! Minha cara irmã.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

ELA & ela

Ela voltou pra casa, então reviu sua identidade tão bem estabelecida ali, no passado, agora já não se encontra mais e isso a incomoda, pois seu outro lugar também não é tão confortável e mais uma vez ela sente-se sem raízes, toma um café quente, passeia pelo jardim, sente o lugar frio, o limo nas pedras, as flores, um cacho de rosas na roseira, as orquídeas nos bambus, músicas, família, filmes, livros, siri, porque não estaria bem? A chuva logo cai ali, ela ver pingo a pingo pelos vidros das portas, tão mal sai de casa, sente o peso daquilo dali, sente saudades, de pessoas que agora já estão tão mais presentes, sente-se feliz apesar de deslocada, o que a incomoda é que as coisas não estão mais do jeito que ela as deixou, o seu quarto e banheiro, tenta se ocupar, ler um livro, assiste a filmes, escreve um pouco, liga pra alguém, não sente muito interesse nos outros, nem sabe se escreve sobre o que realmente quer escrever, se escreve sobre saudades ou sobre a falta dela, olha os álbuns antigos, sente o peso do tempo e a distância que se estabeleceu, assiste a lua e lembra da estrela mais próxima que deu de presente a alguém, alguém tão incerto, que nem se sabe onde está e se vai voltar, depois de tanto tempo a distância como sempre vai se estabelecer entre, talvez, ela torce pra que não, mas hoje ela nem sente tão mais certezas como antes, fica triste por ainda passar os dias assim pensando no tão abstrato, se detendo a tudo isso, sem se quer trocar a roupa da noite passada, com os olhos cansados e o nariz não muito bem com todo esse frio, o corpo dolorido e tanto chá... Ela pensa onde esse alguém pode estar e sente-se como sempre e ver que não tem absolutamente nada em seu lugar, tem medo dele e dela, tem medo de se apaixonar, de se desapaixonar, medo de se conformar, e depois o que fará com tantas estrelas e lua e chuva? O que fará com o beijo e com a falta de textos? O tempo vai passar e Eles nem vão a reconhecer quando ela passar por Eles, ela já chorou muito por isso, ela foi embora, mas precisa que Ela vá embora, pra que ela volte, toda sua certeza foi tão embora junto com ela, mas não dentro, isso é o que a pertuba tão mais do que o deslocamento que sente.