O tempo escorreu-lhe, às vezes parava e pensava “o que a lua veio fazer aqui? a não ser coroar a noite e dizer-me que o dia acabou e já é hora de dormir?”
Esperou sentado no meio-fio de uma rua qualquer, que nem se quer sabia o nome, sentia uma imensa vontade de andar pelo inteiro-fio, mas isso não foi destinado a ele, os carros passavam numa velocidade imensa, sua mochila branca, já preta, fez um contra peso com a gravidade querendo jogar-lhe para trás, algum gato preto por ali, lhe mostrando o bom de viver.
Dois pássaros negros a se paquerar um em cima de cada poste próprio.
No outro lado da rua as ondas batiam e algumas crianças brincavam na areia, de certa forma via uma cadeira com um senhor quase careca e com os poucos cabelos restantes na cor branca.
Chegou a casa e não lembrou-se de onde a chave poderia estar, então sentou-se no corredor e jogou tudo que poderia estar dentro da bolsa ao chão, lhe aparece aquele chaveiro de metal e algumas poucas chaves penduradas nele, para qualquer raiva que veio a ser despertada nele, a porta já estava aberta, enquanto sentado no chão escutou no andar de cima algumas pessoas brindando, uma felicidade.
Ligou o som, e uma música calma, lembrou-se de qualquer coisa principalmente de um jardim, depois do banho uma vontade de tomar banho, talvez tudo o que viu na rua não escorreu com a espuma do primeiro banho e assim ele voltou ao banho e a música continuava, comeu alguma pizza que ali estava congelada e tomou uma cerveja, comeu um chocolate e dormiu.
No outro dia recebeu umas flores.
Elas enfeitaram a sala dentro de uma bota que estava em cima do centro, entre a TV (que nunca era ligada) e o sofá. Não tinha se quer um cartão, e ele pensou, tão só como poderia ter recebido tais flores? O sono ainda era vivo e tornou a dormir. Ao acordar, não conseguia parar de pensar quem poderia ter-lhe enviado aquelas flores bonitas, amarelas e cheirosas...
Depois de uns dias, voltando do trabalho, parou o carro para comprar pão e viu o mesmo gato preto de coleira (com brilhantes) e uma linda dona.
Ao chegar a casa tinha mais flores, só que dessa vez elas eram rosas brancas e um único cravo no meio, um certo cartão que dizia “E se assim for era eu guiando o teu caminho e guardando tua sombra!”.
domingo, 17 de junho de 2007
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Um comentário:
putz, que lindo
tipo, é impressionante como muitas vezes nós nos sentimos sozinhos, mas quando agente abre os olhos agente percebe que sempre tinha alguém especial nos guiando, nos protegendo, sei lá, nos amando ...
muito xou o texto
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