segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Domingo de primavera

Que linda e honesta profissão ter! E como eu seria a única em Maceió, chegaria para as encomendas com uma clientela de fazer inveja para meus colegas doutores da Paraíba, dentro de suas mais diversas especialidades. Estaria muito bem e tranquila em meu consultório, quando de repente minha mãe aflitíssima me telefonaria: "minha filha, venha depressa que minhas orquídeas estão morrendo..." E eu partiria com minha maletinha, para auscultar o coração das orquídeas, aplicar-lhes a coramina das flores, fazer-lhes transfusão de seiva, RCP em seus coração, reavivar-lhes as cores, a fragância e a beleza. E mal chegado em casa já haveria milhões de recados das amigas preocupadíssimas com suas azaléias, seu rododendro, suas rosas e antúrios, e eu voltaria feliz e diria com orgulho ao meu Bem-amado: "Acho que consegui salvar as orquídeas da minha mãe" e o Bem-amado ficaria muito feliz e me daria um beijo. Eu daria também cosultas as flores pobres e todos nas ruas me sorririam e agradeceriam por Maceió ter mais flores, eu retribuiria e comprimentaria de volta com a circunspeção que deve ter uma médica das flores!
(Baseado em médico das flores)

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